O Conteúdo Geek é um local que se dedica à divulgação sobre cinema, literatura, seriados, videogames, animês, mangás e/ou músicas, entre outros temas das culturas nerd e geek. Trata-se de um espaço para a prática do jornalismo cultural. Àqueles que não sabem, eu sou graduado em Tecnologia da Fotografia e sou Bacharel em Jornalismo, e atualmente desempenhando ambas as profissões. Possuo experiências em rádio, televisão, jornalismo impresso e digital.
Os assuntos abordados no Conteúdo Geek possivelmente não conversarão a respeito da Fotografia, mas farão análises transculturais sobre eventos que marcaram época. Aliás, é o meu dever alertar: é bem possível que você encontre spoilers, ok?
The Last Of Us: Part 1 é a primeira parte do mundialmente aclamado jogo eletrônico de videogames, lançado exclusivamente para a plataforma PlayStation, da Sony. O gênero é o meu preferido, de ação, aventura e sobrevivência. Chegou ao mercado no dia 14 de junho de 2013, para o PlayStation 3. Um ano depois, a versão remasterizada para o PlayStation 4 foi publicada. A narrativa desbrava uma enorme viagem pelos Estados Unidos, de Boston, Massachusetts, a Salt Lake City, Utah. O diferencial é que a viagem acontece em uma realidade futurística, 20 anos após um surto global que dizimou a maior parte da população. Os sobreviventes precisam lutar por recursos e também contra zumbis, que nada mais são do que os seres humanos transformados pela doença, conhecidos como infectados.
A Organização Mundial da Saúde é citada no jogo, como uma das entidades que tentaram conter o avanço da doença, que é oriunda de um cogumelo que, através de seus esporos, transforma os seres humanos em hospedeiros. Desenvolvido pela Naughty Dog a partir de 2009, sob comando do roteirista Neil Druckmann, o título foi anunciado após a finalização de Uncharted 2: Among Thieves.
Dentro de um cenário pós-apocalíptico, a série The Last Of Us trouxe inovações aos gamers. Um modo de escuta permite a localização e o abate de inimigos com furtividade. Também é possível sair atirando que nem um louco, mas o jogador precisa compreender que nem sempre terá suprimentos para tal. Às vezes, armas brancas também não estarão disponíveis e só será possível lutar com os próprios punhos. Há poucos recursos disponíveis! Poucos veículos e somente a gasolina que foi deixada nos tanques dos carros há 20 anos. Na narrativa principal, o gamer controla Joel, um contrabandista que tem um passado obscuro, manchado pela dor de ter perdido a própria filha no Dia do Surto, como ficou conhecido o dia em que a doença eclodiu. Joel tem uma missão, que é levar Ellie aos Vaga-lumes. Ellie é uma menina de 13 anos que é imune à doença. Os Vaga-lumes são a última resistência da humanidade. O grupo defende o retorno de um Estado de Democracia em um universo aonde militares dissidentes do Governo Federal, sob comando da FEDRA, controlam poucas áreas de quarentena sob mão de ferro.
ATENÇÃO PARA O SPOILER! No decorrer da viagem, Joel faz de tudo para evitar reconhecer Ellie, já que esta o faz lembrar de sua filha, Sarah. Eventualmente, Joel aceitará os próprios sentimentos e irá querer proteger Ellie. Os atores Troy Baker e Ashley Johnson protagonizaram a captura de movimentos e a voz de Joel e Ellie. A trilha sonora digna de 10 prêmios do Oscar é de Gustavo Santaolalla. Em apenas sete dias, The Last Of Us: Part 1 vendeu 1,3 milhão de cópias, com mais de 8 milhões de vendas nos 12 meses seguintes.
QUER OUTRO SPOILER AINDA MAIS FANTÁSTICO? A origem da infecção que mantém o roteiro em pé é o fungo Cordyceps, o qual invade o corpo hospedeiro. Pois bem: o Cordyceps REALMENTE EXISTE! E o mais formidável disso tudo é que ele funciona da mesma forma como o jogo nos mostra, controlando todas as funções do hospedeiro. O fungo parasítico alimenta o corpo hospedeiro com o seu próprio código genético, transformando-o. Contudo, na vida real, ele não ataca os seres humanos, mas apenas os insetos. Já imaginou se existisse uma cepa mutável desse esporo?!
Para os fãs do jogo Resident Evil 4, da Capcom, poderá haver interligações entre as histórias. No quarto título da franquia, o vírus La Plaga teria sido desenvolvido em laboratório, mas não há nada parecido na vida real - a não ser teorias de que o coronavírus surgiu em um laboratório chinês. Ademais, em Resident Evil 4, o gamer controla o policial Leon, mas há trechos em que é necessário controlar a filha do presidente norte-americano, Ashley. The Last Of Us: Part 1 funciona da mesma forma. Embora Joel seja o personagem principal, o gamer controla Sarah e Ellie em determinados momentos.
E se vocês acreditam que o jogo pode ser pouco atraente, por ter sujeira e prédios abandonados por todo lado, saibam que a Naughty Dog mandou muito bem! Ao todo, de acordo com o Google Maps, são mais de 3,8 mil km percorridos pelos protagonistas. Além de Boston e Salt Lake City, somos levados a Jackson City, Wyoming. O prefácio acontece em Austin, Texas.
Em relação aos personagens da narrativa, deixo citados os principais. Eu acredito que, sem o papel que desempenham, The Last Of Us: Part 1 não seria o sucesso que é. Não cito Joel e Ellie neste espaço, ok? Confere aí um pouquinho sobre cada um deles!
- Tess é uma contrabandista parceira de Joel em Boston
- Robert é um contrabandista do mercado negro de Boston
- Bill é um contrabandista amigo de Joel, mas não reside em Boston
- Marlene é a líder dos Vaga-lumes
- Tommy é ex-Vaga-lume e irmão de Joel
- Maria é esposa de Tommy e fundadora da comunidade de Jackson City
- Henry é irmão de Sam, que é um menino de 12 anos
- Sam é irmão de Henry, que era adolescente no Dia do Surto
- David é o líder de uma comunidade de sobreviventes que praticam canibalismo
- James é um dos capangas de David
O ideal de que a vida continua - parafraseando John Hammond, de Jurassic Park, em sua célere afirmativa "a vida encontra um meio" - está presente em toda a narrativa, através de pequenos detalhes e gestos. O roteirista Neil Druckmann, ao lado do artista conceitual John Sweeney, inseriu imagens que, em suas palavras, conforme afirmações à imprensa, "reascendem o desejo de viver de Ellie". Uma das cenas mais memoráveis é a interação de Joel e Ellie com girafas selvagens. "Originalmente eram zebras, porém, estas foram substituídas por girafas devido sua gentileza e elegância. Os animais eram a coisa mais marcante que Ellie possivelmente poderia encontrar", afirmou Sweeney à imprensa.
AGORA, UM SPOILER SELVAGEM E BEM CRUEL: Em The Last Of Us: Part 2, lançado em 2020, e do qual ainda farei post de apresentação no futuro próximo, há cenas envolvendo zebras selvagens.
Em 14 de fevereiro de 2014, a Naughty Dog publicou uma DLC do jogo. Para quem não é entendido do assunto, uma DLC é um conteúdo extra. Geralmente, uma extensão jogável. Intitulada Left Behind, a narrativa apresenta Ellie antes de conhecer Joel. Nela, o gamer controla Ellie, que desbrava alguns cenários de Boston ao lado da melhor amiga, Riley. Há flashbacks para a história original. Na DLC, Ashley Johnson novamente surge como atriz intérprete de Ellie, enquanto Yaani King empresta captura de movimentos e voz para Riley. Em 29 de julho de 2014, The Last Of Us: Part 1 foi relançado para PlayStation 4 com a DLC inclusa no disco.
Não vou dar mais detalhes sobre a obra. Basta finalizar o post escrevendo que o título conquistou incríveis 240 prêmios de GOTY - Game Of The Year. Certamente é um dos títulos mais premiados da história dos videogames. Esperem pelo post de The Last Of Us: Part 2!