Faaala galera, tudo certo?! 🙂

Hoje, eu vou falar um pouquinho sobre esse projeto fotográfico que tanto me inspira e me completa como fotógrafo e artista. 

Pra quem não conhece, eu sou o Rodrigo, este é o meu site e eu adoro fotografar calçados femininos. Eu sempre gostei deles e é um dos meus hobbys! Bom, o #ProjetoSolas é um dos meus projetos queridinhos. Ele consiste de uma proposta autoral que desenvolvo com mulheres de todas as idades, adolescentes e adultas, em que o objetivo é fotografar somente as solas sujas dos calçados das mulheres. Sim, é uma ideia bem diferente, coisa maluquinha mesmo!

Na fotografia das solas sujas dos calçados, eu busco a valorização dessa "sujeira", na qual eu concebo a ideia de um elo entre o "caminho" diário que a própria mulher participante trilha no dia a dia, entre casa, trabalho e lazer, com o árduo e tempestuoso "caminho" pelo qual as mulheres trilharam no passado, por décadas, e ainda hoje o fazem, em busca de mais direitos, respeito e igualdade.

Eu vou explicar de forma lúdica: Este último "caminho" que cito é aquela ideia de a mulher lutar para garantir os seus legítimos direitos, como poder trabalhar, ter direito ao voto, ter a própria independência financeira e poder fazer qualquer coisa que queira, sem precisar da permissão de mais ninguém. Trata-se de uma luta constante por reconhecimentos. No contexto, esse "caminho" trilhado pelas mulheres é repleto de obstáculos sociais, políticos e culturais. Ainda mais quando percebemos que a sociedade na qual coexistimos ainda se mostra reticente ao diálogo, possui preconceitos, é machista e patriarcal.

No #ProjetoSolas, existe essa ideia de uma "ponte" ligando um ideal ao outro: de um lado, a luta das mulheres por direitos e igualdade. Se fôssemos olhar para esse caminho como uma estrada a ser percorrida, ela provavelmente seria de chão, de terra batida, com altos e baixos, obstáculos e poeiras. Do outro lado, estão justamente as sujeiras nas solas dos calçados da mulher, as quais representam lugares em que cada participante passou. Você foi lá, caminhou, pisou no chão e a sujeira ficou guardada na sola do calçado. As sujeiras representam uma parte do seu próprio percurso diário. Valorizando a sujeira, eu valorizo toda a luta diária e legítima das mulheres por igualdade e respeito, em todos os aspectos de interpretação! 💛

Mais uma vez, é importante destacar que o principal objetivo do projeto é a valorização das sujeiras que estão nas solas embaixo dos calçados das mulheres. Quanto mais sujeira houver, melhor! No #ProjetoSolas, reinterpretamos todas estas sujeiras, as quais tendem a transmitir uma ideia pejorativa. Pelo contrário, no projeto, as sujeiras são valorizadas e destacam o caminho trilhado pelas mulheres participantes. Em última análise, trata-se de um projeto fotográfico contemporâneo que trabalha com ideais como autoconhecimento, empoderamento, força feminina e valorização às mulheres.

A participação das mulheres no #ProjetoSolas é totalmente gratuita. Qualquer mulher, em qualquer faixa etária, independente do calçado que estiver utilizando, poderá se inscrever e participar do projeto. As sessões fotográficas acontecem em locais públicos, mas não é regra, pois também já fotografei em salas de aula, em veículos e em escritórios! É válido citar que o #ProjetoSolas não é um projeto comercial. Trata-se de um projeto fotográfico artístico e autoral. Portanto, não há cachê financeiro para quem participa, está bem?! 

E então, me conta, eu posso fotografar também as solas sujas dos seus calçados?! 🙂

Sobre a Cintia: Conheci a Cintia por intermédio da Daniela, que também participou do projeto. A Dani ficou sabendo sobre o meu projeto e convidou a Cintia para que ambas fossem, juntas, fotografar. No fim, fomos pegos de surpresa por um evento externo que estava ocorrendo no local escolhido para a sessão de fotos, mas mesmo assim saíram excelentes registros. O ensaio da Dani está aqui! A Cintia é empresária e é uma guria nota 10. Veio participar do projeto com um sapato recém comprado, e já poetizando, falando que em uma próxima participação eles estariam sujos e teríamos o antes e o depois do caminho trilhado por ela. Com certeza já quero fotografá-la novamente. Foi demais, Cintia! Obrigadão! 🙂