Incêndio Criminoso no Centro de Caxias do Sul

Na manhã do dia 24 de abril de 2022, o município de Caxias do Sul (RS) havia sediado evento teste preparatório para a 24ª edição das Surdolimpíadas de Verão, evento esportivo de nível mundial que ocorreu na cidade serrana em maio. O evento teste aconteceu nas principais ruas do quadrilátero central de Caxias, através da realização de uma maratona com perímetro urbano e percurso de aproximadamente 42 km. Cerca de 150 atletas percorreram sete voltas no circuito para ter a distância total da prova. Até aí, tudo certo! 

Como fotógrafo, quando há eventos do gênero, gosto de me preparar com antecedência e sair cedo de casa. Quando o evento teste iniciou, por volta das 8h, comecei a percorrer as vias e a registrar os competidores. Uma volta. Duas. Três. Pouco antes da metade da prova, eu estava no cruzamento das ruas Sinimbu e Marechal Floriano. Avistei um sujeito morador de rua que se aproximou de um contêiner de coleta de lixo seletivo e ficou mexendo no lixo, mas sem sacolas, sem cartolinas, apenas mexia dentro do latão, que estava com bastante quantidade de rejeitos. O estalo de fotojornalista ascendeu! Comecei a clicar e, um minuto ou nem isso depois, chamas irromperam de dentro do latão. Sem que ninguém mais tivesse sequer passado a menos de 10 metros do local... 

O tique do fotojornalista começou a tiquetaquear com mais força! Servidores da Fiscalização de Trânsito acionaram o Corpo de Bombeiros e me coloquei a fotografar o crime contra o patrimônio público. Também fotografei o rosto do cidadão que ateou fogo. Logo a equipe ROCAM da Brigada Militar estava no local questionando sobre quem teria feito a barbárie. Cheguei perto, me apresentei e, claro, repassei as imagens do 'cidadão' à polícia, que prontamente saiu em busca do meliante. Pelo o que pude apurar, ele se desfez do casaco e não o encontraram... É isso, covardes sempre fogem! Por questões, não divulgo neste post o rosto do dito cujo. 

Quando os bombeiros chegaram, segui o 'tiquetaqueamento fotográfico'. Naquele instante, poucos maratonistas circulavam, mas sempre olhavam para ver o que é que havia ocorrido. Equipes da Fiscalização de Trânsito, do 5º Batalhão de Bombeiros Militar, da Brigada Militar e também da Guarda Municipal faziam fila com viaturas e servidores. E eu, ali perdido, câmera na mão e clique, clique, clique! 

De acordo com as redes sociais da Codeca, a autarquia responsável pelo recolhimento de lixo em Caxias do Sul, cada contêiner incinerado custa R$ 1,8 mil. Só em 2022, até aquele dia, haviam sido destruídos 20 equipamentos. No post, você confere alguns dos cliques do incêndio criminoso e do trabalho da Corporação, que é digno de muito respeito!